Osteopatia + Babywearing

Na procura do bem-estar do bebé vários pais encontram resposta em tratamentos de Osteopatia.
Sabiam que em algumas situações a Osteopatia deverá unir-se à prática de Babywearing?
O TEU centro juntou-se ao osteopata Gonçalo Santos e à Pulguinhas e colocou as questões que são mais frequentes os pais fazerem para esclarecer-vos o mais possível.

Que casos de Osteopatia podem beneficiar com a prática do Babywearing?

Os benefícios da utilização do Babywearing são inúmeros e neste artigo queremos trazer ao consciente que para além da praticidade que os pais têm quando utilizam, há certas situações em que a sua utilização traz benefícios para os bebés que apresentam algum tipo de problemas. Enquanto osteopata especializado em bebés, recomendo a utilização do Babywearing como complemento do tratamento nestas situações específicas:

1. Bebés com sinais de imaturidade:

Todos os bebés nos primeiros meses de vida são imaturos, naturalmente. Contudo, há alguns casos em que esses sinais de imaturidade são muito exacerbados, levando frequentemente a um padrão de choro compulsivo, levando ao desespero dos pais. São bebés que se acalmam com um bom colo, ou uma postura de maior contenção. Ter pouco espaço, leva-os a um meio embrionário que conhecem e que lhes transmite calma e segurança.
A linguagem postural que estes bebés utilizam para comunicar a sua insegurança é a de chorarem com a abertura de braços constante e o reflexo de Moro muito presente. Apesar de poder estar a pensar que todos os bebé têm este padrão, a realidade é que há bebés que vêm mais adaptados ao meio exterior e outros mais inseguros. O contexto do tipo de parto ou da gravidez pode explicar alguns pormenores neste tipo de bebés.
Para além de algumas técnicas específicas que utilizamos em Osteopatia, recomendamos frequentemente aos pais a utilização de panos e outros utensílios de Babywearing que possam recriar as condições que o bebé tinha dentro da barriga da mãe. Acalmando o bebé, progressivamente vamos introduzindo ao bebé o mundo exterior, cheio de estímulos. Nestes casos de bebés com sinais de imaturidade, o Babywearing faz milagres!

2. Bebés com refluxo

Os bebés com refluxo têm preferência por estar na posição vertical, porque esta facilita que o conteúdo gástrico desça para o estômago e restantes órgãos da digestão. Dizendo isto, é fácil compreender que a utilização das opções de Babywearing podem ser um excelente aliado nesta temática, nomeadamente os panos ou as mochilas em que o bebé está numa posição mais vertical.
Está principalmente recomendado aos bebés que têm um nível de refluxo moderado ou grave, porque irá trazer mais conforto ao bebé e é uma das recomendações que eu dou aos pais como complemento dos tratamentos de Osteopatia.

3. Bebés com cólicas

Os bebés com cólicas, adoram todas as opções de Babywearing! Principalmente porque o contacto barriga com barriga tem efeitos térmicos que relaxa a musculatura abdominal e pode em muitos casos terminar com aquele período de choro em que os pais já não sabem mais o que fazer.
Para além do calor que relaxa todo o abdómen do bebé, há os benefícios emocionais para este, uma vez que este sente-se mais seguro por estar próximo do seu progenitor e, isso traz benefícios imediatos. Não esquecer que os intestinos têm uma componente emocional importante (certamente todos já sentimos uma reação na barriga quando temos um evento importante) e nos bebés acontece exatamente o mesmo. São chamadas as cólicas de origem emocional.
Portanto, sejam as cólicas de origem física ou emocional, experimente a utilização do Babywearing, como complemento às massagens ou às consultas de Osteopatia que está a fazer com o seu bebé.

4. Bebés com luxação da anca

(Este tema é mais sensível e requer mais cuidado e acompanhamento pelo ortopedista pediátrico.)
Nos casos de luxação da anca ligeiros, há algumas estratégias que são recomendadas para que haja um alinhamento dos ossos da anca. A ideia para criar um maior alinhamento nestes casos ligeiros, é o de manter o bebé numa posição em que tenha as pernas mais abertas.
A utilização de duas fraldas em simultâneo é conhecida e, ao analisar a posição que os bebés têm quando estão no pano ou nas mochilas ergonómicas (ergonómicas significa que são mochilas que têm que ter um apoio em toda a parte de baixo da coxa, as mochilas em que os bebés têm as pernas caídas são contra-indicadas) podemos igualmente recomendar a sua utilização nestas situações. Relembro que estas são estratégias complementares no tratamento, será fundamental articular com outras recomendações por parte do Ortopedista, Osteopata ou pelo Fisioterapeuta.

5. Bebés com deformações nos ossos do crânio

No tratamento dos achatamentos da cabeça do bebé, é essencial que essa zona plana da cabeça do bebé não esteja em contacto com uma superfície mais dura. A utilização das estratégias de Babywearing é muito importante como complemento aos tratamentos de Osteopatia, utilização da almofada específica para estes casos ou a alguns exercícios específicos.
Recomenda-se a utilização dos Slings com a cara do bebé virada para o cuidador, deixando a parte de trás da cabeça livre, sem pressão.
Relembro que este tipo de estratégias isoladamente não corrigem os casos de Plagiocefalia e Braquicefalia, mas evita que se agrave mais.
As consultas de Osteopatia Infantil são muito importantes para devolver a essa zona plana da cabeça a elasticidade e a forma correta para o crescimento ser mais alinhado.